Gosto daqueles documentários sobre o Universo, particularmente quando falam de teorias incompreensíveis aos mortais comuns como eu (como dia desses, sobre antimatéria). Essas coisas me levam a entender melhor minha irrelevância física e temporal.
Um cântico diz:"Não há outro deus como Jeová, não outro deus como o senhor". Concordo, mas pudera todos compreendessem bem o que estão cantando: não existe uma espécie de escala de deuses, alguns fraquinhos outros menos, um deus do mal, e também o nosso Deus que é o maioral, mais forte e poderoso, como se existissem muitos deuses, o nosso entre eles, só que maior e melhor.
Paulo dá uma chave importantíssima sobre Deus: ao falar ao povo que vivia em Atenas, o apóstolo disse que nele existimos e nos movemos. Todas as coisas existem exclusivamente no Eterno (existe desde a eternidade, e existirá para sempre). Nada existe fora/além da única Divindade. Mas ele não é um fenômeno, força, energia, ou até mesmo uma consciência universal - é uma pessoa. E a divindade (a quem nos acostumamos chamar Deus) dá tamanho valor a esta raça que criou e colocou para viver num minúsculo e lindo lugar no meio do infinito, que seu amor o levou a ousar o inimaginável: a divindade infinita tornou-se homem, e (milagre dos milagres), em um homem expressou-se por completo. O intangível se tornou tangível - e mortal. Por amor, o Deus Eterno deixou-se matar! Entre suas infinitas perfeições, seu amor é seguramente o que mais me espanta.
Tudo isto me leva a adorá-lo. Mas, adorar a Deus significa mais do que elogiá-lo ou cantar-lhe músicas. É antes reconhecer a imensurável desproporção entre a grandeza do autoexistente e este serzinho insignificante que sou eu, aceitar seu amor mesmo sem ser capaz de medi-lo ou entendê-lo, e agir da única forma adequada: obedecer.
(Miguel Herrera Jr.)
[retirado do livro Pão Diário - dia 26 de Junho]